20 de out. de 2012

Diferentes formas de registrar os cálculos e técnicas operatórias.


     Segundo Constace Kamii cálculo mental, como modalidade de cálculo, tem recebido pouca atenção, tanto no currículo escolar, quanto pelos educadores. Contudo, no cotidiano, quando somos confrontados com algum problema que envolve operações aritméticas, o trivial seria alcançarmos mentalmente o resultado ou estimarmos um valor aproximado. Porém, no ambiente escolar, essas estratégias não recebem tanto mérito e aproveitamento quanto o do ensino da “conta armada”.
         Kamii e Livingston, a educação deve promover a autonomia dos estudantes e não seu conformismo e obediência. É necessário que o educador crie na sala de aula um ambiente propício para a aquisição de novos conhecimentos, sem que os alunos se sintam pouco a vontade para cometer erros e falarem o que pensam. No início das atividades os educandos demonstraram uma grande insegurança em apresentar suas respostas e linhas de pensamento. Mas, com o passar do tempo, eles acabaram percebendo que não era tolerado deboches e troca de ofensas entre eles, ou seja, o erro não era considerado algo ruim, pelo contrário, o erro era um momento de construção de conhecimentos, onde os próprios alunos poderiam argumentar a favor de seu raciocínio, de forma que aquele que errou tivesse a oportunidade de aprender com seu equívoco.
Conhecimento
         Segundo esta concepção, ao realizarmos o cálculo mental, não escrevemos registros de valores ou fazemos uso de instrumentos que facilitam o cálculo, como, por exemplo, a calculadora. Porém, cabe destacar que os registros escritos não descaracterizam o cálculo mental, ao contrário, eles servem como uma ferramenta de auxílio em determinadas situações. Uma criança que busca a resposta final para a seguinte conta: 45 + 16 pode adicionar 40 + 10, anotando 50, e 5 + 6, escrevendo também o valor 11. Por fim, essa criança irá somar os dois valores encontrados (50 e 11) para chegar ao resultado 61. Mesmo tendo anotado os resultados parciais, essa criança utilizou-se do cálculo mental, pois pensou nos caminhos que deveria percorrer para chegar ao seu objetivo, realizando mentalmente as adições e recorrendo a procedimentos confiáveis. O cálculo mental ocorre exatamente em um ambiente como o do exemplo: no qual há o uso de estratégias matemáticas e um efetivo conhecimento das quatro operações (adição, subtração, multiplicação e divisão).
       No ambiente escolar, o cálculo mental ainda não é tão valorizado quanto a conta armada. No entanto, um raciocínio que pode parecer desorganizado, na verdade, pode estar apoiado em propriedades das operações e do sistema de numeração e deve ser incentivado já nas séries iniciais. Para ajudar você a entender as diferentes estratégias mentais de cálculo e ensinar seus alunos a utilizá-las de forma cada vez mais eficiente.

       As crianças, desde os primeiros anos de vida, passam a maior parte do tempo brincando. Por sua vez, os adultos não entendem que isso faz parte da vida delas, e que elas têm verdadeiro fascínio pela brincadeira. Por outro lado, a escola também deveria representar papel fundamental na vida das crianças mas, a escola representa um tempo a menos que as crianças têm para brincar, e por isso começa a ser repudiada pelas crianças.
      Por que não podemos unir o estudo e a brincadeira em uma atividade única que  passará a satisfazer ambas as partes?
      Se observarmos o comportamento das crianças quando brincam podemos perceber o quanto elas estimulam a sua capacidade de resolver problemas pois, o jogo para elas é Segundo Piaget a ação em que a criança esta quando brinca pode ser lúdica por que o jogo pode proporcionar isto, ou seja o jogo cria uma situação imaginária. Neste sentido, o jogo pode ser considerado um meio para o desenvolvimento do pensamento abstrato.
       É de extrema importância que a criança esteja inserida neste ambiente de brincar e ao mesmo tempo buscar conjecturas, reflexões, análise e criação. Podemos dizer a palavra criação porque ao usar a imaginação em um jogo a criança esta sendo criativa também.
       O jogo, a partir do momento que esta cobrando imaginação da criança, passa a ajudá-la a desenvolver a sua capacidade de, não só resolver problemas mas de também encontrar várias maneiras de resolve-los.
      Observando estes aspectos do jogo, podemos relaciona-lo a matemática à medida que o jogo se caracteriza por uma situação irreal, para significar um conceito a ser compreendido pelo aluno. O jogo determinado por suas regras estabelece um caminho que vai da imaginação à abstração de um conceito matemático.
       A partir do brinquedo, do jogo, e portanto da imaginação, as crianças ampliam suas habilidades conceituais. Ao brincar as crianças estão sempre acima de sua idade e de seu comportamento diário. Quando a criança brinca de imitar os mais velhos, ela está gerando oportunidades para seu desenvolvimento intelectual.
      Assim, o jogo e a instrução escolar representam o mesmo papel no que se diz respeito ao desenvolvimento das habilidades e conhecimentos.
      Durante o jogo, ocorre uma transformação de um processo interpessoal em um intrapessoal, no momento em que consideramos a ação do jogo como um diálogo do indivíduo com ele mesmo, pois o outro é seu adversário.
      Em se tratando da matemática, temos que ficar atentos ao fato de que ela exige imaginação, não se pode ensinar matemática de maneira a fazer a criança pensar de apenas uma maneira. Se o jogo passa pelo caminho das regras, ideias, estratégias, previsões, exceções e análise de possibilidades, seu uso deve ser incentivado na escola, principalmente no ensino de matemática.
       Piaget propõe que se estruture os jogos nas formas de exercício, símbolo e regra, observando o desenvolvimento da criança nestes jogos e em seu estágio de desenvolvimento cognitivo.
        Nos jogos de exercícios estão as primeiras manifestações lúdicas da criança. Há observação mas não ação para modificar, portanto a assimilação se torna repetitiva.
       Nos jogos simbólicos, a criança representa um objeto ausente. Esse tipo de jogo pode ser deformante pois a criança acaba representando do jeito que ela acha que é.                 Desta forma ela é capaz de produzir linguagens, criando convenções e compreendendo o sentido de tais convenções. Assim, ela busca explicar as coisas, dar respostas às várias questões que já começam a perturbá-la.
         Nos jogos de regras, a criança abandona seu egocentrismo e passa a ser social, pois as regras impostas pelo grupo devem ser respeitadas sendo que, o não cumprimento desta implica no fim do jogo social. Este jogo engloba os dois anteriores a medida que é herdeiro das regularidades presentes na estrutura dos jogos de exercício e simbólico.

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