Segundo
Constace Kamii cálculo mental, como modalidade de cálculo, tem recebido pouca
atenção, tanto no currículo escolar, quanto pelos educadores. Contudo, no
cotidiano, quando somos confrontados com algum problema que envolve operações
aritméticas, o trivial seria alcançarmos mentalmente o resultado ou estimarmos
um valor aproximado. Porém, no ambiente escolar, essas estratégias não recebem
tanto mérito e aproveitamento quanto o do ensino da “conta armada”.
Kamii e
Livingston, a educação deve promover a autonomia dos estudantes e não seu
conformismo e obediência. É necessário que o educador crie na sala de aula um
ambiente propício para a aquisição de novos conhecimentos, sem que os alunos se
sintam pouco a vontade para cometer erros e falarem o que pensam. No início das
atividades os educandos demonstraram uma grande insegurança em apresentar suas
respostas e linhas de pensamento. Mas, com o passar do tempo, eles acabaram
percebendo que não era tolerado deboches e troca de ofensas entre eles, ou
seja, o erro não era considerado algo ruim, pelo contrário, o erro era um
momento de construção de conhecimentos, onde os próprios alunos poderiam
argumentar a favor de seu raciocínio, de forma que aquele que errou tivesse a
oportunidade de aprender com seu equívoco.
Conhecimento
Segundo esta
concepção, ao realizarmos o cálculo mental, não escrevemos registros de valores
ou fazemos uso de instrumentos que facilitam o cálculo, como, por exemplo, a
calculadora. Porém, cabe destacar que os registros escritos não descaracterizam
o cálculo mental, ao contrário, eles servem como uma ferramenta de auxílio em
determinadas situações. Uma criança que busca a resposta final para a seguinte
conta: 45 + 16 pode adicionar 40 + 10, anotando 50, e 5 + 6, escrevendo também
o valor 11. Por fim, essa criança irá somar os dois valores encontrados (50 e
11) para chegar ao resultado 61. Mesmo tendo anotado os resultados parciais,
essa criança utilizou-se do cálculo mental, pois pensou nos caminhos que
deveria percorrer para chegar ao seu objetivo, realizando mentalmente as
adições e recorrendo a procedimentos confiáveis. O cálculo mental ocorre
exatamente em um ambiente como o do exemplo: no qual há o uso de estratégias
matemáticas e um efetivo conhecimento das quatro operações (adição, subtração,
multiplicação e divisão).
No ambiente escolar, o cálculo mental
ainda não é tão valorizado quanto a conta armada. No entanto, um raciocínio que
pode parecer desorganizado, na verdade, pode estar apoiado em propriedades das
operações e do sistema de numeração e deve ser incentivado já nas séries
iniciais. Para ajudar você a entender as diferentes estratégias mentais de
cálculo e ensinar seus alunos a utilizá-las de forma cada vez mais eficiente.
As
crianças, desde os primeiros anos de vida, passam a maior parte do tempo
brincando. Por sua vez, os adultos não entendem que isso faz parte da vida
delas, e que elas têm verdadeiro fascínio pela brincadeira. Por outro lado, a
escola também deveria representar papel fundamental na vida das crianças mas, a
escola representa um tempo a menos que as crianças têm para brincar, e por isso
começa a ser repudiada pelas crianças.
Por
que não podemos unir o estudo e a brincadeira em uma atividade única que passará a satisfazer ambas as partes?
Se
observarmos o comportamento das crianças quando brincam podemos perceber o
quanto elas estimulam a sua capacidade de resolver problemas pois, o jogo para
elas é Segundo Piaget a ação em que a criança esta quando brinca pode ser
lúdica por que o jogo pode proporcionar isto, ou seja o jogo cria uma situação
imaginária. Neste sentido, o jogo pode ser considerado um meio para o
desenvolvimento do pensamento abstrato.
É de
extrema importância que a criança esteja inserida neste ambiente de brincar e
ao mesmo tempo buscar conjecturas, reflexões, análise e criação. Podemos dizer
a palavra criação porque ao usar a imaginação em um jogo a criança esta sendo
criativa também.
O
jogo, a partir do momento que esta cobrando imaginação da criança, passa a
ajudá-la a desenvolver a sua capacidade de, não só resolver problemas mas de
também encontrar várias maneiras de resolve-los.
Observando
estes aspectos do jogo, podemos relaciona-lo a matemática à medida que o jogo
se caracteriza por uma situação irreal, para significar um conceito a ser
compreendido pelo aluno. O jogo determinado por suas regras estabelece um
caminho que vai da imaginação à abstração de um conceito matemático.
A
partir do brinquedo, do jogo, e portanto da imaginação, as crianças ampliam
suas habilidades conceituais. Ao brincar as crianças estão sempre acima de sua
idade e de seu comportamento diário. Quando a criança brinca de imitar os mais
velhos, ela está gerando oportunidades para seu desenvolvimento intelectual.
Assim,
o jogo e a instrução escolar representam o mesmo papel no que se diz respeito
ao desenvolvimento das habilidades e conhecimentos.
Durante
o jogo, ocorre uma transformação de um processo interpessoal em um
intrapessoal, no momento em que consideramos a ação do jogo como um diálogo do
indivíduo com ele mesmo, pois o outro é seu adversário.
Em se
tratando da matemática, temos que ficar atentos ao fato de que ela exige
imaginação, não se pode ensinar matemática de maneira a fazer a criança pensar
de apenas uma maneira. Se o jogo passa pelo caminho das regras, ideias,
estratégias, previsões, exceções e análise de possibilidades, seu uso deve ser
incentivado na escola, principalmente no ensino de matemática.
Piaget
propõe que se estruture os jogos nas formas de exercício, símbolo e regra,
observando o desenvolvimento da criança nestes jogos e em seu estágio de
desenvolvimento cognitivo.
Nos
jogos de exercícios estão as primeiras manifestações lúdicas da criança. Há
observação mas não ação para modificar, portanto a assimilação se torna
repetitiva.
Nos
jogos simbólicos, a criança representa um objeto ausente. Esse tipo de jogo
pode ser deformante pois a criança acaba representando do jeito que ela acha
que é. Desta forma ela é
capaz de produzir linguagens, criando convenções e compreendendo o sentido de
tais convenções. Assim, ela busca explicar as coisas, dar respostas às várias
questões que já começam a perturbá-la.
Nos
jogos de regras, a criança abandona seu egocentrismo e passa a ser social, pois
as regras impostas pelo grupo devem ser respeitadas sendo que, o não
cumprimento desta implica no fim do jogo social. Este jogo engloba os dois
anteriores a medida que é herdeiro das regularidades presentes na estrutura dos
jogos de exercício e simbólico.
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